Estudo revela que a maioria dos afogamentos infantis ocorre em piscinas
O estudo "Acidentes de submersão em crianças no sotavento algarvio - uma realidade a alterar" reporta-se ao período compreendido entre Janeiro de 1998 e Novembro de 2005 e baseia-se na análise dos casos admitidos nas urgências do Hospital Distrital de Faro (HDF).
De acordo com o documento, foram admitidos nas urgências do HDF 54 casos de acidentes de submersão, nove dos quais resultaram na morte das crianças (sete entraram já sem vida).
Segundo Elsa Rocha, responsável pela associação no Algarve, este dados não oficiais são sempre "subestimados" porque muitas das vítimas morrem no local e não chegam a dar entrada no hospital.
A maioria dos acidentes ocorreu em piscinas (83 por cento), e os restantes no mar, tanques de rega, lagos artificiais (cada um responsável por 3,7 por cento dos acidentes), rios e banheira (ambos com 1,9).
No que respeita às piscinas, a maioria (58 por cento) eram privadas, sendo as outras localizadas em hotéis e aldeamentos turísticos (29) e parques aquáticos (2,2).
Além de se verificar uma clara sazonalidade, com 94 por cento dos casos ocorridos entre Maio e Setembro, com um pico em Agosto, concluiu-se também que é nos concelhos mais turísticos, Albufeira e Loulé, que ocorrem mais acidentes.
"Basta um palmo de água para matar uma criança quando esta ainda é muito pequena", observa a pediatra, alertando para a necessidade dos pais serem vigilantes.
A responsável anunciou que o Algarve vai ser a região piloto para a implementação de uma base de dados europeia que permita o registo de acidentes de forma sistemática e pormenorizada.
O "Injury Data Base", um projecto co-financiado pela União Europeia e que resulta de uma parceria entre o HDF e o Observatório Nacional de Saúde, deverá entrar em funcionamento a partir de Outubro, prevendo-se que em 2007 esteja disponível em todo o país.
retirado do site: publico