• Mala Tamanho XL
  • 605forte e basta
  • Suburbano
  • Hip-Hop Ladies
  • Olha a Feira
  • Tem o corpo dormente coitado!
  • Tds juntos:Curto-Circuito!
  • Algo se quebrou aqui!
  • A menina do Kimono
  • Xico Poeta do Golfe
  • Vamos ao bar do Sexo?
  • Temos Alentejanita na area!
  • A industria do RAP
  • A caminho de pequim
  • pah o gaijo ainda é o director!
  • vejam as substâncias vulcânicas!
  • ai casmurro pah
  • é só fumaça!
  • fotohumor
  • p*** de vida...ou nem tanto
  • podem crer é o blog mais idiota k existe!
  • Xafarica
  • é o lusco fusco minha gente
  • pah óh barnabé pah!
  • é o cantinho la do gaijo tas a ver
  • meio limao pra ca, meio limao pra la
  • Vai praí vagueando
  • É um paralelo36 este blog
  • Curte a casa na praia
  • As linhas é k sao tortas pk ela anda smp direita
  • kão-ótica!
  • Pufff...lândia
  • sai uma vodka atónita?
  • é o blog da bicharada!
  • muita informaçao cultural
  • Coisinha Ruiiiimmm
  • ah cão, so me apetece é ganir!
  • Existe uma camara oculta!
  • São os dias uteis da semana
  • Ideafix
  • A TUA AMIGA (M18)
  • ai a matilde!!!
  • Plos Animais
  • o melhor do... Gato Fedorento
  • Hip-Hop Journal
  • Royal Underground, Hip-Hop Culture...
  • Alguém quer PROFITROLLS?
  • Olha a ERVILHA COR DE ROSA
  • Blogotinha
  • existe vida em Markl
  • Caixinha de ritmos!
  • Musica para respirar!
  • SÃO DELIRIOS, NÃO, SÃO AS HISTÓRIAS DELA!
  • Vaca podre recheada de amor
  • OLHÓ MERCADO É O CLUB MERCADO
  • Gordinha
  • Ministerio da soltura
  • diz k ta na lua!
  • K KOISINHAS TÃO KATITAS
  • Cidade sem lei
  • Urbanas... Tribus Urbanas
  • tasse bem nas nuvens
  • xiii dava a vida por uma patanisca!!!
  • LUAFRODITE-COM SABOR AFRODISIACO
  • Culturiza-mos

  • Correio da Manhã
  • JN
  • DN
  • Público
  • Record
  • Jornal de Negócios
  • Expresso
  • Ocasião
  • Jornal do Algarve
  • Jornal Digital
  • A Bola
  • O Jogo
  • Económico
  • Visão
  • Diário Digital
  • Algarve Mais
  • 2007-04-18

    Crazy Horse - Loucura não passa do palco

    "É tudo real, é tudo natural, é tudo perfeito. O recorte dos lábios, a dimensão dos seios, o contorno das ancas, o comprimento das pernas, o desenho das coxas. Não há marcas de cicatrizes ou de operações plásticas. Não se vislumbra, sequer, um sinal, um ponto negro que seja, um laivo de incorrecção ou defeito de nascença. Vestidas ou nuas, preenchem o imaginário feminino e estimulam o masculino."


    "Em palco são iguais, não se distinguem, parecem clones. A mesma altura, o mesmo corpo, o mesmo rosto, o mesmo rigor, o mesmo profissionalismo. Têm o controlo absoluto sobre cada ponto de si, o que lhes permite executar todo o tipo de movimento – exótico ou erótico, sedutor ou provocador – com a leveza de uma pena ou a magia de sopro.

    Fora de cena, tapadas com roupas de marca, cabelos soltos e maquilhagem q.b., apenas um ponto comum: os olhos, o olhar Crazy Horse. É um dos requisitos de selecção. Ao contrário do nariz, obrigatoriamente pequeno, exige-se um olhar que rasgue as pálpebras, independentemente da cor. Um olhar penetrante, arrasador, mas ao mesmo tempo distante, ausente, preso no vazio. Um olhar que se vê, que se sente à distância, que esmaga.

    “Olá, muito obrigado”, dispara, com sotaque francês, uma das rainhas da Arte do Nu, quando alguém, cavalheiro, abre a porta de serviço do Casino Lisboa.

    Chegam por volta das oito da noite. Umas em grupo, outras sozinhas. Dirigem-se ao elevador e sobem ao segundo andar, em direcção aos camarins, próximos da entrada do Auditório dos Oceanos, deixando no ar o aroma típico do perfume francês.

    Vêm de calça de ganga bem justa e t-shirt colada ao corpo, aconchegada por um blusão. Calçam sapato de salto alto, nuns casos abertos, noutros fechados. Impressionam pela beleza e pelo corpo. Exibem um sorriso mais branco que a neve e um espírito de enorme tranquilidade.

    “Boa noite”. O sotaque agora é diferente, não deu para perceber a origem, mas a simpatia é a mesma.

    Duas semanas em Portugal já deram para aprender algumas palavras, ainda que a intimidade com desconhecidos seja muito limitada, muito restrita. Mais um requisito de selecção. Nada de conversas, nada de blá-blá com estranhos. A própria identidade é totalmente preservada. Não há nomes, não há pontos de referência. Nem sequer se consegue associar a imagem de bastidores à da figura em palco. A transformação é tal que não se reconhecem.

    Hoje, contudo, abriram uma excepção e deixaram espreitar o camarim. Espreitar, apenas, porque, como fez questão de deixar claro um elemento da organização, “aqui não entra ninguém e muito menos entraria um homem”.

    Espelhos ladeados por lâmpadas iluminam rostos de luz, num cenário polvilhado de objectos e produtos cosméticos em doses industriais.

    Não têm cabeleireiras nem esteticistas. Todo o trabalho de produção é feito por elas.

    O ambiente, aqui sim, é de grande intimidade, traduzido não apenas no à-vontade e descontracção, mas em pequenos gestos, como o deslizar dos dedos por cabelos alheios, na mão que percorre outro rosto, num toque mais sensual. Falam da vida, falam do dia-a-dia. Ouve-se em fundo o continuar de uma conversa iniciada no elevador, acerca do preço de uma peça de roupa que uma delas viu à tarde numa montra.

    A porta fecha-se quando o olhar tenta penetrar mais fundo, mas fica claro que o grupo funciona como uma família muito unida e que o sucesso de uma actuação depende desta harmonia, desta consciência única e não tanto do trabalho individual.

    Numa outra sala, a meia dúzia de metros, Cristina descansa. É a guardiã do guarda-roupa do Crazy Horse. Sentada, com o braço apoiado numa mesa de tampo branco, estranha a presença do repórter e não consegue evitar a gargalhada quando lhe perguntamos pela... roupa. “Qual roupa? Não sei se sabe, mas elas não usam muita roupa”, satiriza, enquanto estende a mão para algo parecido a umas cuequinhas fio dental. “Tirando isto e este adereço de cabedal, não há muito mais. Espere... também há este cordão aqui.” Para tapar alguma coisa? Cristina troca a gargalhada inicial pelo riso intimista: “Claro que não. É para usarem de lado, à cintura.”

    A ausência de vestes justifica, em parte, a rapidez com que as bailarinas se aprumam para subir ao palco. Meia hora basta para a metamorfose e aí estão elas, prontas para pedir a Deus que salve a sua pele (tema de abertura do espectáculo ‘God Save our Bareskin’).

    O público aplaude. Não se sabe se por Deus ter criado mulheres assim se pela actuação irrepreensível das bailarinas. Aplausos que se multiplicam de número para número, num palco recriado à imagem do cabaré de Paris. Seis metros de largura, três de profundidade. As reduzidas dimensões do palco ‘ampliam’ as bailarinas. Mesmo na última fila da plateia é possível observá-las na perfeição.

    Só no final se ouvem algumas manifestações mais sentidas – uma espécie de ‘gritos de descompressão’ – de uma audiência que percorre todas as idades e os dois sexos, em idêntica proporção. Um acolhimento “fantástico”, como classificou uma das beldades, o que leva a organização a admitir prolongar o espectáculo. “É uma possibilidade muito forte que estamos a equacionar. Os espectáculos têm estado esgotados, desde a estreia, a 3 de Abril, e é muito provável que o Crazy Horse continue no Casino por mais tempo que o previsto (29 de Abril)”, disse ao CM uma fonte da UAU, entidade responsável pela vinda do cabaré a Lisboa. Posta de parte está a hipótese de pisar outros palcos portugueses. “Foi um espectáculo pensado apenas para o Casino Lisboa e que obrigou a profundas alterações no Auditório dos Oceanos, nomeadamente à adaptação do palco”, acrescentou.

    “Não sei se é o melhor espectáculo do Mundo. Há outros de grande beleza, como o Cirque du Soleil. Mas, dentro do género (cabaré) é seguramente o melhor da Europa e um dos mais prestigiados a nível internacional”, afirma, por seu turno, Rita Casabanca, coordenadora das bailarinas, que actuou durante cinco anos no Crazy Horse. Rita garante que são mulheres normais, com uma vida normal, idêntica a de qualquer artista de teatro ou bailarina. Têm muito cuidado com a alimentação, privilegiando o peixe, as saladas, a fruta e os iogurtes em detrimento da carne e fritos, fazem trabalho de ginásio, passeiam, vão ao cinema, enfim, nada de transcendente, com excepção para a vida social, limitada e controlada.

    Nota-se, aliás, uma grande disciplina e rigor – semelhante à do número de arranque do espectáculo, onde são recriados movimentos de ordem unida em parada militar. Ninguém pisa o risco. Há uma cultura Crazy Horse interiorizada para cumprir ao milímetro. Não é por acaso que a motivação é um dos factores de selecção mais importantes. Se fumam ou bebem, por exemplo, fazem-no em privado ou longe dos olhares indiscretos.

    Têm consciência que são belas, deslumbrantes, mas sabem que isso por si só não chega para pertencer e permanecer na companhia. “É preciso ter cabeça e uma grande personalidade”, como confidenciou uma delas.
    "

    correio da manha 14-04-2007

    0 Ximicomments:

    Enviar um comentário

    << Home